terça-feira, abril 29, 2003
É bom que vocês passem a visitar isso aqui in a regular basis. Até porque, se eu não perceber que o número contador está crescendo em ritmo exponencial e progressão geométrica, vou chorar! Ed io parlo sul serio! ;D
Nota da Administração deste blog
Dando prosseguimento às novidades - que começaram com os textos coloridos e os blinks na parte esquerda do blog - anunciamos a instauração de um contador de acessos. Aí ao lado, embaixo do link para o Blogs.com.br.
A idéia do contador já existia, mas só foi levada adiante após sugestão do coleguinha de empresa da autora deste blog, Rod Ran. A administração agradece, sinceramente, o encorajamento e as dicas.
Fim da nota oficial. Retornamos a nossa programação normal.
segunda-feira, abril 28, 2003
They say it's your birthday
It's my birthday too, yeah
They say it's your birthday
We're gonna have a good time
I'm glad it's your birthday
Happy birthday to you
Olha só o meu presente de aniversário: Filha do juiz Nicolau é condenada a doar R$ 10 mil ao Fome Zero
Legal, né? :D
It's my birthday too, yeah
They say it's your birthday
We're gonna have a good time
I'm glad it's your birthday
Happy birthday to you
Olha só o meu presente de aniversário: Filha do juiz Nicolau é condenada a doar R$ 10 mil ao Fome Zero
Legal, né? :D
Yes we're going to a party party
Yes we're going to a party party
Yes we're going to a party party...
Yes we're going to a party party
Yes we're going to a party party...
NESTA DATA QUERIDA
(livremente inspirado no estilo de Pedro Machado de Assis Borges, o tataraneto do "hômi")
Vocês sabem que dia é hoje?
- Dia da sogra....
Também, mas além disso?
- Data de fundação da Estação Primeira de Mangueira....
Tá, mas tem o aniversário de alguém!
- Putz, é mesmo! E o Saddam Hussein deve mesmo estar precisando de um "Parabéns", depois da queda do regime e tudo mais.
Valeu mesmo. É bom saber que vocês me amam tanto assim....
UPDATE
(sim, até nisso tá igual...)
Descobri no 123 Greetings que hoje também é dia do beijo! Sim, beijo!
Morram de inveja, tá?
sexta-feira, abril 25, 2003
Nota da Administração deste blog
Caso não tenham notado, temos dois blinkies na barra esquerda desta página. Um mostra, despudoradamente, todo o amor da autora dos posts pelos felinos - raça belíssima e, talvez por isso, incompreendida por muitos. Mas não importa. Cats rule!
O outro é uma homenagem clara e evidente a mr. Roque, que demonstrou todo o seu amor por pessoas que gostam de chocolate e freqüentam academias na caixa de comentários do post datado de 04.04.2003. Que, aliás, saiu da página com a inclusão desta nota. Por isso, se você não sabe do que se trata.... bem, larga mão de ser preguiçoso e procura no Meu passado me redime. Tá bem aí do lado. Logo em cima do blinkie do gatinho.
Fim da nota oficial. Retornamos a nossa programação normal.
quarta-feira, abril 23, 2003
Conforme o prometido, aí vai o post que complementa o outro, o da pesquisa sobre os italianos.
Não lembra? Pô, desce aí e procura. Foi no dia 17.
Bom, o pensamento que veio depois é que... bom, o mundo é assim mesmo. Na verdade, a vida é assim mesmo. Nós estamos constantemente perdendo algo para ganharmos outros "algos". Como em Drão, do nosso Ministro da Cultura, em que "o amor da gente é como um grão, uma semente de ilusão / Tem que morrer prá germinar"; na história do ser humano sobre a Terra, na nossa jornada infinita, infindável, no planeta, perdemos inocência para ganhar liberdade; perdemos uma vida mais calma para ganharmos autonomia.
Agora, se isso é bom, se foi válido ou se seria melhor termos continuado dentro das cavernas ou em cima de árvores... bem, aí é com cada um. Eu, particularmente, não sou uma saudosista. Acho os anos 50 encantadoramente chiques; mas sei que, neles, as mulheres não tinham poder sobre si mesmas. Sou incrivelmente apaixonada pelos anos 60 - porém não troco minha internet pelas imagens românticas (e disformes) num televisor pb.
Podem me chamar de otimista idiota, mas olhar para trás na minha vida só me deixa feliz. Sinto saudades, mas não saudosismo. Revivo cada coisa tão intensamente quanto da primeira vez - no entanto não gostaria de voltar no tempo, pra nenhum tempo. Sempre acho que o melhor da minha história é agora, sempre acho que estou melhor agora. E o agora, como se sabe, é eterno....
Mais uma vez, desculpem se escrevi demais ou desapontei alguém que estava esperando uma conclusão mais legal pro outro post... :)
Não lembra? Pô, desce aí e procura. Foi no dia 17.
COMPLEMENTO DO POST DO DIA 17
Bom, o pensamento que veio depois é que... bom, o mundo é assim mesmo. Na verdade, a vida é assim mesmo. Nós estamos constantemente perdendo algo para ganharmos outros "algos". Como em Drão, do nosso Ministro da Cultura, em que "o amor da gente é como um grão, uma semente de ilusão / Tem que morrer prá germinar"; na história do ser humano sobre a Terra, na nossa jornada infinita, infindável, no planeta, perdemos inocência para ganhar liberdade; perdemos uma vida mais calma para ganharmos autonomia.
Agora, se isso é bom, se foi válido ou se seria melhor termos continuado dentro das cavernas ou em cima de árvores... bem, aí é com cada um. Eu, particularmente, não sou uma saudosista. Acho os anos 50 encantadoramente chiques; mas sei que, neles, as mulheres não tinham poder sobre si mesmas. Sou incrivelmente apaixonada pelos anos 60 - porém não troco minha internet pelas imagens românticas (e disformes) num televisor pb.
Podem me chamar de otimista idiota, mas olhar para trás na minha vida só me deixa feliz. Sinto saudades, mas não saudosismo. Revivo cada coisa tão intensamente quanto da primeira vez - no entanto não gostaria de voltar no tempo, pra nenhum tempo. Sempre acho que o melhor da minha história é agora, sempre acho que estou melhor agora. E o agora, como se sabe, é eterno....
Mais uma vez, desculpem se escrevi demais ou desapontei alguém que estava esperando uma conclusão mais legal pro outro post... :)
sábado, abril 19, 2003
quinta-feira, abril 17, 2003
É.... aí depois vão aparecer reclamando, fazendo panelaço... ô povinho!
Se alguém quiser ver o desastre no idioma original....
Zoação.... com o último post, a foto do Rumesfeld apertando a mão do Saddam acabou indo pro arquivo.
Aquilo deveria estar permanentemente exposto aqui. Vou ver se dou um jeito de colocar no lay-out...
Aquilo deveria estar permanentemente exposto aqui. Vou ver se dou um jeito de colocar no lay-out...
Um post antes das 10 da manhã?
Pois é, eu acordo cedo. Eu nunca posto cedo, mas eu levanto junto com o sol.
Mesmo que tenha ficado até altas horas acordada, no dia anterior....
Bom, mas o post não era sobre isso. Era sobre um artigo que vi no Corriere della Sera, falando de um estudo sobre as mudanças que ocorreram na vida do italiano comum nos últimos 150 anos. A matéria não é lá grandes coisas - na verdade, funciona mais como "nota" do que como matéria, simplesmente jogando as informações e não se dando ao trabalho de analisá-las.
Por isso mesmo, acabo eu fazendo minhas conclusões partindo dos resultados da pesquisa. Que diz que, em um século e meio, a Itália está mais alta (12 centímetros, em média), mais rica, vive mais e com mais saúde. Mas está também mais depressiva e ansiosa.
Isso me despertou dois pensamentos: o primeiro - mais imediato - é que estamos vivendo um momento triste. Triste no sentido mais literal. Tristeza mesmo, tristeza da alma. Não é o primeiro momento de depressão humana na nossa história, e nem será o último (a menos que o Bush resolva jogar várias bombas atômicas no mundo), mas por ser aquele que estamos vivenciando torna-se, aos nossos olhos, o mais cruel e o mais impactante.
Mas esse é só o pensamento mais imediato. O meu outro - mais elaborado - merecerá um post: o próximo. Que esse aqui já está muito grande e eu estou cansada de escrever demais.... :)
Pois é, eu acordo cedo. Eu nunca posto cedo, mas eu levanto junto com o sol.
Mesmo que tenha ficado até altas horas acordada, no dia anterior....
****************************
Bom, mas o post não era sobre isso. Era sobre um artigo que vi no Corriere della Sera, falando de um estudo sobre as mudanças que ocorreram na vida do italiano comum nos últimos 150 anos. A matéria não é lá grandes coisas - na verdade, funciona mais como "nota" do que como matéria, simplesmente jogando as informações e não se dando ao trabalho de analisá-las.
Por isso mesmo, acabo eu fazendo minhas conclusões partindo dos resultados da pesquisa. Que diz que, em um século e meio, a Itália está mais alta (12 centímetros, em média), mais rica, vive mais e com mais saúde. Mas está também mais depressiva e ansiosa.
Isso me despertou dois pensamentos: o primeiro - mais imediato - é que estamos vivendo um momento triste. Triste no sentido mais literal. Tristeza mesmo, tristeza da alma. Não é o primeiro momento de depressão humana na nossa história, e nem será o último (a menos que o Bush resolva jogar várias bombas atômicas no mundo), mas por ser aquele que estamos vivenciando torna-se, aos nossos olhos, o mais cruel e o mais impactante.
Mas esse é só o pensamento mais imediato. O meu outro - mais elaborado - merecerá um post: o próximo. Que esse aqui já está muito grande e eu estou cansada de escrever demais.... :)
segunda-feira, abril 14, 2003
Só pra complementar: acabei de ver no Yahoo Notícias que Blair quer eleição no Iraque em pouco mais de um ano. Hm, sei. E alguém perguntou disso pros iraquianos ou essa vai ser outra decisão arbitrária que afetará terrivelmente a vida deles?
Bom, como agora devo receber visitas de novos internautas, já que estou devidamente propagandeada e linkada no Bloguil e como recebi uma reclamação de um certo freqüentador deste espaço virtual - omitirei nomes, mas deixei o link dele bem à mostra - sobre a falta de atualizações neste blog, resolvi escrever um bocadinho. E que outro assunto maravilhoso, senão a Guerra de Bush*?
Pois bem. Aqui vão algumas manchetes fresquinhas, capturadas em jornais na internet:
:: EUA reprime duramente a Síria e ameça com sanções - The New York Times
:: EUA mandam aviso ríspido para Síria - Washington Post
:: Usa: "A Síria é um estado terrorista" - La Repubblica
:: Israel incita Washington a tomar uma atitude contra a Síria - Le Figaro
:: EUA diz à Síria para cooperar ou enfrentar possível conflito - The Times
:: Israel exige atitude norte-americana contra Síria - Financial Times
Não é engraçado? Essas acusações são exatamente as mesmas que a gente estava escutando sobre o Iraque há uns meses... e aí tivemos um bombardeio, civis morreram ou foram feridos (e ferimentos de guerra costumam ser tão terríveis quanto a própria morte) - mas nada de armas. Ok, então isso só pode significar que as armas estavam o tempo todo na Síria! Mas é claro! Como nós não pensamos nisso antes???
No iniciozinho de março eu tive o prazer de conhecer o Alan, um americano de Chicago que, por incrível que pareça, é esclarecido com relação a essa bagunça - o que equivale a dizer que ele não foi cooptado pela imprensa norte-americana ou seu presidente e secretariado. Pois bem: enquanto pedia desculpas pelo desmando de George W.C. Bush, e lamentava o fato de que seu país havia se tornado "motivo de piada para o mundo inteiro", ele me contava sobre como essa guerra já estava decidida há muito tempo.
Segundo Alan, Rumsfeld e sua turma já haviam preparado dossiês semelhantes e entregaram ao então presidente Bill Clinton ("uma pessoa muito mais decente", disse meu amigo) - que se resumiu a olhar, mandar dois ou três helicópteros sobrevoarem a região. Chegando o Bob filho ao poder, os belicistas deitaram e rolaram. E, na mesa da churrascaria em Copa, ele me alertou: "Isso não vai parar por aí. O próximo objetivo deles é a Síria. A intenção, aliás, é estar em permanente estado de guerra, até as próximas eleições. Afinal, é anti-patriótico deixar de votar [leia-se, dar apoio irrestrito] ao seu presidente em tempos de conflito".
Só restou a ele pedir desculpas a mim. E só restou a mim pedir que ele levasse ao supremo mandatário o recado da Banda de Ipanema: "BUSH: ARRUMA UMA ESTAGIÁRIA!!!"
Ps: Aproveito para dizer que tenho muito orgulho de ser bisneta de sírio, e de ter um pé na terrinha. Mas o texto foi motivado por um sentimento maior: a impotência perante a repetição de um filme que eu já vi antes - e onde eu morro no final.
* Esse é o título do caderno especial sobre a guerra no Iraque que o Globo publica desde o início do conflito. Já achava genial, mas este finde descobri que eu não sou a única fã dessa denominação debochada. Ainda bem. :)
Pois bem. Aqui vão algumas manchetes fresquinhas, capturadas em jornais na internet:
:: EUA reprime duramente a Síria e ameça com sanções - The New York Times
:: EUA mandam aviso ríspido para Síria - Washington Post
:: Usa: "A Síria é um estado terrorista" - La Repubblica
:: Israel incita Washington a tomar uma atitude contra a Síria - Le Figaro
:: EUA diz à Síria para cooperar ou enfrentar possível conflito - The Times
:: Israel exige atitude norte-americana contra Síria - Financial Times
Não é engraçado? Essas acusações são exatamente as mesmas que a gente estava escutando sobre o Iraque há uns meses... e aí tivemos um bombardeio, civis morreram ou foram feridos (e ferimentos de guerra costumam ser tão terríveis quanto a própria morte) - mas nada de armas. Ok, então isso só pode significar que as armas estavam o tempo todo na Síria! Mas é claro! Como nós não pensamos nisso antes???
No iniciozinho de março eu tive o prazer de conhecer o Alan, um americano de Chicago que, por incrível que pareça, é esclarecido com relação a essa bagunça - o que equivale a dizer que ele não foi cooptado pela imprensa norte-americana ou seu presidente e secretariado. Pois bem: enquanto pedia desculpas pelo desmando de George W.C. Bush, e lamentava o fato de que seu país havia se tornado "motivo de piada para o mundo inteiro", ele me contava sobre como essa guerra já estava decidida há muito tempo.
Segundo Alan, Rumsfeld e sua turma já haviam preparado dossiês semelhantes e entregaram ao então presidente Bill Clinton ("uma pessoa muito mais decente", disse meu amigo) - que se resumiu a olhar, mandar dois ou três helicópteros sobrevoarem a região. Chegando o Bob filho ao poder, os belicistas deitaram e rolaram. E, na mesa da churrascaria em Copa, ele me alertou: "Isso não vai parar por aí. O próximo objetivo deles é a Síria. A intenção, aliás, é estar em permanente estado de guerra, até as próximas eleições. Afinal, é anti-patriótico deixar de votar [leia-se, dar apoio irrestrito] ao seu presidente em tempos de conflito".
Só restou a ele pedir desculpas a mim. E só restou a mim pedir que ele levasse ao supremo mandatário o recado da Banda de Ipanema: "BUSH: ARRUMA UMA ESTAGIÁRIA!!!"
Ps: Aproveito para dizer que tenho muito orgulho de ser bisneta de sírio, e de ter um pé na terrinha. Mas o texto foi motivado por um sentimento maior: a impotência perante a repetição de um filme que eu já vi antes - e onde eu morro no final.
* Esse é o título do caderno especial sobre a guerra no Iraque que o Globo publica desde o início do conflito. Já achava genial, mas este finde descobri que eu não sou a única fã dessa denominação debochada. Ainda bem. :)
segunda-feira, abril 07, 2003
Desculpa, eu sei que nós não estamos em momento para brincadeira; mas eu não consegui resistir!
Ah, futebol... um jogo tão viril!
Kama Sutra esportivo
Ah, futebol... um jogo tão viril!
sábado, abril 05, 2003
MÚSICA, DOCE MÚSICA
Outro dia falei aqui que, na atual conjuntura, não tenho tesão de escrever sobre qualquer assunto que não seja essa guerra do Bush. Mas anteontem à noite descobri que tem, sim, um outro tema que me inspira despite it all: música.
Antes de embarcar nos braços de Orfeu - que é bem mais interessante que o Morfeu - eu estava escutando um programa de Jazz e Blues que é transmitido pela MEC FM do Rio. Uma voz feminina - que, apesar da semelhança impressionante, não era de Billie Holliday - aquecia o pé do ouvido com uma gostosa canção chamada Walking after midnight. O título da música me fez pensar no estilo de vida dos apreciadores originais do gênero (quem viu Chicago, o filme, pôde conferir um pouco: bebida, clubes noturnos, violência), e comecei a obtemperar* com a cabeça no travesseiro.
Principalmente sobre como vários estilos musicais são taxados de sub-gêneros quando surgem, para alcançarem o status de clássico alguns anos/décadas mais tarde. Jazz & blues são um exemplo: de divertimento da "gentalha", passaram a ser associados a pessoas refinadas culturalmente; ou então o Rock de Elvis, Chuck, Little Richard e cia., que foi alçado de "vício pernicioso" a "entretenimento famíliar" antes de se tornar balzaquiano.
E, se por um lado isso é genial - a rendição pela qualidade, viva! - por outro gera subsídios falaciosos para um debate estúpido, criado pelos admiradores de produtos midiáticos que já chegam às prateleiras com a data de validade vencida...
Exemplo: quem gosta de Backstreet Boys e acha os caras a melhor coisa que apareceu no cenário musical nos últimos tempos adora dizer que eles são desconsiderados igual aos Beatles, mas que hoje todo mundo fala bem dos Beatles**. A-ham. O detalhe é que eles só conhecem a fase inicial dos sucessos dos Fab Four ("She loves you"; "I wanna hold your hand" e outras baladas bobas com a marcação de baixo mais simplória que já se viu) e esquecem que eles
a) em dado momento resolveram dar uma guinada na carreira e abandonar a aura de boy band ("Rubber Soul", em seguida "Revolver")
b) foram responsáveis por uma revolução na música ("Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band")
c) prepararam uma veradeira enciclopédia musical, com direito a reagge, surf rock, heavy metal, baladas, folk, country, música de protesto, sons experimentais e mais uma cacetada de estilos ("The Beatles", mais conhecido como "White Album")
d) despediram-se como banda com um dos mais belos cantos de cisne ("Abbey Road")
Exemplo 2: quem gosta de funk*** adora dizer que esse é um ritmo perseguido só porque vem da periferia, só porque é feito por gente pobre, só "porque esses mauricinhos ficam com medo da gente tomar o lugar deles, a gente que não tem educação e faz mais sucesso que eles" - isto está entre aspas porque realmente foi dito na televisão por um funkeiro, sei lá qual.
Em parte até é verdade, há má-vontade da elite; mas se fosse só isso, Cartola jamais teria conseguido virar ícone cultural. Talvez tenha mais a ver com o fato de que ele é autor de versos como "Queixo-me às rosas / mas que bobagem, as rosas não falam / as rosas simplesmente exalam / o perfume que roubam de ti" ao invés de "O cavalo e o jumentinho / quando sai pra passear / leva a Éguinha Pocotó / Pocotó, pocotó, pocotó / Minha Egüinha Pocotó".
Ou talvez seja porque a métrica do compositor mangueirense não fosse utilizada para veicular mensagens estimuladoras de comportamentos "alternativos", tais como violência gratuita, sexo promíscuo e explícito, consumo de drogas e por aí vai. Quem sabe o "medo" não seja tanto da fatia de mercado conquistada, mas por dizeres como "Tá dominado / tá tudo dominado" bradado junto com o canto da metraladora.
Enfim, foi isso que passou pela cabeça antes de eu cair no sono, embalada pela voz morna de uma nova Billie Holliday...
*Nota da autora do post: tá, eu sei que é uma palavra pedante, mas não consegui pensar em outra melhor! Sugestões em qualquer lugar, menos aqui.
**Nota da autora do post: a repetição do nome da banda é proposital, como se fosse uma reprodução da fala do sujeito que está argumentando. Afinal, eles não costumam ter o vocabulário mais rico e variado da sociedade brasileira.... e mesmo que tivessem teriam preguiça de usar
***Nota da autora do post: particularmente, eu gosto de rap e um tantinho de funk, mas não falo essas besteiras por aí.
Outro dia falei aqui que, na atual conjuntura, não tenho tesão de escrever sobre qualquer assunto que não seja essa guerra do Bush. Mas anteontem à noite descobri que tem, sim, um outro tema que me inspira despite it all: música.
Antes de embarcar nos braços de Orfeu - que é bem mais interessante que o Morfeu - eu estava escutando um programa de Jazz e Blues que é transmitido pela MEC FM do Rio. Uma voz feminina - que, apesar da semelhança impressionante, não era de Billie Holliday - aquecia o pé do ouvido com uma gostosa canção chamada Walking after midnight. O título da música me fez pensar no estilo de vida dos apreciadores originais do gênero (quem viu Chicago, o filme, pôde conferir um pouco: bebida, clubes noturnos, violência), e comecei a obtemperar* com a cabeça no travesseiro.
Principalmente sobre como vários estilos musicais são taxados de sub-gêneros quando surgem, para alcançarem o status de clássico alguns anos/décadas mais tarde. Jazz & blues são um exemplo: de divertimento da "gentalha", passaram a ser associados a pessoas refinadas culturalmente; ou então o Rock de Elvis, Chuck, Little Richard e cia., que foi alçado de "vício pernicioso" a "entretenimento famíliar" antes de se tornar balzaquiano.
E, se por um lado isso é genial - a rendição pela qualidade, viva! - por outro gera subsídios falaciosos para um debate estúpido, criado pelos admiradores de produtos midiáticos que já chegam às prateleiras com a data de validade vencida...
Exemplo: quem gosta de Backstreet Boys e acha os caras a melhor coisa que apareceu no cenário musical nos últimos tempos adora dizer que eles são desconsiderados igual aos Beatles, mas que hoje todo mundo fala bem dos Beatles**. A-ham. O detalhe é que eles só conhecem a fase inicial dos sucessos dos Fab Four ("She loves you"; "I wanna hold your hand" e outras baladas bobas com a marcação de baixo mais simplória que já se viu) e esquecem que eles
a) em dado momento resolveram dar uma guinada na carreira e abandonar a aura de boy band ("Rubber Soul", em seguida "Revolver")
b) foram responsáveis por uma revolução na música ("Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band")
c) prepararam uma veradeira enciclopédia musical, com direito a reagge, surf rock, heavy metal, baladas, folk, country, música de protesto, sons experimentais e mais uma cacetada de estilos ("The Beatles", mais conhecido como "White Album")
d) despediram-se como banda com um dos mais belos cantos de cisne ("Abbey Road")
Exemplo 2: quem gosta de funk*** adora dizer que esse é um ritmo perseguido só porque vem da periferia, só porque é feito por gente pobre, só "porque esses mauricinhos ficam com medo da gente tomar o lugar deles, a gente que não tem educação e faz mais sucesso que eles" - isto está entre aspas porque realmente foi dito na televisão por um funkeiro, sei lá qual.
Em parte até é verdade, há má-vontade da elite; mas se fosse só isso, Cartola jamais teria conseguido virar ícone cultural. Talvez tenha mais a ver com o fato de que ele é autor de versos como "Queixo-me às rosas / mas que bobagem, as rosas não falam / as rosas simplesmente exalam / o perfume que roubam de ti" ao invés de "O cavalo e o jumentinho / quando sai pra passear / leva a Éguinha Pocotó / Pocotó, pocotó, pocotó / Minha Egüinha Pocotó".
Ou talvez seja porque a métrica do compositor mangueirense não fosse utilizada para veicular mensagens estimuladoras de comportamentos "alternativos", tais como violência gratuita, sexo promíscuo e explícito, consumo de drogas e por aí vai. Quem sabe o "medo" não seja tanto da fatia de mercado conquistada, mas por dizeres como "Tá dominado / tá tudo dominado" bradado junto com o canto da metraladora.
Enfim, foi isso que passou pela cabeça antes de eu cair no sono, embalada pela voz morna de uma nova Billie Holliday...
*Nota da autora do post: tá, eu sei que é uma palavra pedante, mas não consegui pensar em outra melhor! Sugestões em qualquer lugar, menos aqui.
**Nota da autora do post: a repetição do nome da banda é proposital, como se fosse uma reprodução da fala do sujeito que está argumentando. Afinal, eles não costumam ter o vocabulário mais rico e variado da sociedade brasileira.... e mesmo que tivessem teriam preguiça de usar
***Nota da autora do post: particularmente, eu gosto de rap e um tantinho de funk, mas não falo essas besteiras por aí.
sexta-feira, abril 04, 2003
quarta-feira, abril 02, 2003
EU SOU A PESSOA MAIS FELIZ DO MUNDO!!!!!!!!!!
É que acabou Big Brother Brasil.... ah, que alívio! Não aparecerão mais celebridades instantâneas pelos próximos 12 meses...