Across my Universe

sexta-feira, dezembro 19, 2003

Sobre norte-americanos e outros bichos





Levei uma cara pra atualizar o blog e aí deu nisso: acúmulo de assuntos. Por mim tinha feito tudo aos poucos, para refletir devidamente sobre cada um - agradeçam ao bonucatilhão de chats e demais afazeres que o iG me impôs...

Well, vamos nessa:

* Termina em fracasso festa para os supostos pais americanos da aviação
Não consegui o link dessa, mas foi provavelmente a melhor notícia da semana. Esqueçam a prisão do Belo, a captura do Saddam e o cara que se masturbou na fila do banco, sujando a pobre moça alocada bem em frente - isso foi bem melhor! Afinal, não é todo dia que a gente tem a oportunidade de presenciar a história rediviva. Mas cabe a pergunta: até quando eles vão insistir em achar que aquela porcaria é um avião? Dois fracassos retumbantes em um século não bastam para convender alguém do erro? Gente, com asas, catapultado a favor do vento num plano inclinado, até um porco voa.

*O caso do cachorro iraquiano
Fantástica a coluna da Cora Rónai de ontem (18/12/2003). O caso do cãozinho ilustra não só o modus operantis do atual stablishment norte-americano (acabar com tudo o que for inimigo em algumas horas, e o que for amigo em alguns anos, como já preconizava Millôr em priscas eras). Ilustra também, e com cores mais fortes, o estilo do exército - lá e no resto do mundo: seguir à risca toda ordem dada, sem questionar ou argumentar. Coitado do cachorro que estiver no caminho.

*Prédio que deverá substituir WTC tem mais de 500 metros de altura
Ótimo, excelente idéia. Vamos construir um prédio mais alto ainda, que comporte mais gente ainda, para que quando outros terroristas tiverem a brilhante idéia de jogar um avião contra ele, haja ainda mais mortes! Genial! Ah, e antes que eu me esqueça: o Ato de Independência dos Estados Unidos NÃO é uma data que remete ao mundo todo, sr. Daniel Libeskind...

UPDATE

* Pulgas invadem os EUA
Pra quem acha que o poderio dos EUA ainda vai se estender por muitos anos, aqui vai o que pode ser uma prova em contrário: da mesma maneira que o antigo Egito levou uma piaba divina, acho que começa agora a reação de uma força maior que também já está de saco cheio desses desmandos. Bom, já risquei uma no meu caderninho; agora só falta a água em sangue, a chuva de rãs, as úlceras e tumores...;)

quarta-feira, dezembro 10, 2003

Nota da Administração do Blog: Eu ia pôr isso na caixa de comentários, mas não só ia ocupar um espaço enorme como acho que o verdadeiro lugar para colocar o texto é aqui. É uma espécie de carta aberta; mas, apesar de ser dirigida especificamente para uma pessoa - da qual, aliás, gosto muito - vai também para todos aqueles que se sentiram ofendidos (ou ofendidíssimos, vai saber) pelo teor do meu último post. Enfim, como o tema gerou polêmica deve ser discutido com bastante espaço para eventuais porradas, e também por isso merece uma caixa de comentários só para ele.


Débbby, desistir ou não é uma decisão que só cabe a você. Acho que o ser humano possui o direito inalienável do livre arbítrio, e portanto não cabe a mim nem tentar te demover da idéia, nem te estimular a levá-la adiante. Somente gostaria de lembrar que meu último post apenas quis mostrar que eu não não dei nada a entender, e sim que foram vocês a tirar conclusões muito precipitadamente.

Você pode até discordar que tenha sido precipitado, mas acho que se formos prestar atenção a alguns detalhes vamos ver que não é bem assim.

Primeiro: postei a música porque, por acaso, é ela que abre o site do Chico Buarque - que eu tinha visitado pela primeira vez naquele dia. O impacto me estimulou. Tudo bem, isso não pode ser levado em conta porque vocês não possuíam essa informação. Mas:

Segundo: o texto que segue a música é cheio de referências ao Chico Buarque. Achei que isso tinha ficado claro quando eu citei os olhos azuis (ele é notório possuidor de um belo par); mãos sonoras (ele toca violão e compõe); e, mais do que em qualquer outro momento, achei que tinha sido explícita quando, dizendo "se eu não fosse louca por ele" coloquei um hyperlink na palavra "ele". Hyperlink esse que direcionava para a página do próprio Chico. É só checar aí embaixo.

Então, quando digo que "vocês perderam (...) a noção da realidade", não estou usando um tom agressivo, mas enfático. Quero deixar claro que os comentários de vocês não eram interpretação correta do que eu tinha escrito. Infelizmente, depois da incorporação dos emoticons à literatura cotidiana, começou a haver muita dúvida quanto à maneira como algo estava sendo dito. Aliás, eu mesma sofro desse mal, ficando em dúvida se deixei suficientemente claro que quis fazer uma brincadeira quando não coloquei uma carinha sorrindo do lado. Mas, até porque na minha profissão não posso ficar recorrendo a essa bengala, tento utilizar emoticons o mínimo possível aqui no Across - e além disso, antigamente eles não existiam e ninguém deixava de escrever por isso. Ou seja, dá pra viver sem.

Claro que isso pode gerar mal-entendidos. Porém eu prefiro esclarecer um mal-entendido a fazer um texto pobre de imagens, direto demais e didático ao extremo - até porque eu não gosto nem um pouco desse tipo de literatura, que trata o leitor como idiota. Coisa que, eu sei muito bem, vocês não são.

Voltando agora à vaca fria, espero que tenha ficado demonstrado por A + B porque foi uma conclusão precipitada. E espero também que tenha ficado demonstrado que não quis ofender ninguém, mas deixar claro que vocês entenderam muito além do que efetivamente havia para ser entedido. E é isso.

segunda-feira, dezembro 08, 2003

Ok, ok, acho que vocês perderam completamente a noção da realidade.

Não, eu não estou apaixonada. Aliás, longe disso.

Não, eu não estou esperando por ninguém especial.

Não, eu não estou deprimidíssima achando que jamais encontrarei meu par ideal - até porque já desisti de ficar deprimida por conta disso há muito tempo.

Portanto, muita calma nessa hora. Eu estava sem assunto e, pra não deixar o blog sem novidades, resolvi colocar essa poesia tão linda, que adoro desde sempre. Simples assim. Porque, como dizia o doutor Freud, "às vezes um charuto é apenas um charuto".

Ou seja, tudo o que escrevi aí embaixo foi motivado unica e exclusivamente por um senhor chamado Francisco Buarque de Hollanda, poeta magistral, músico genial, autor inspirado - e só por ele. Chico (se me permitem a intimidade) tem um tal poder (nefasto, talvez?) sobre mim que me deixa feito manteiga derretida, escorrendo pelos cantos, hipnotizada, em estado de graça. Então, segurem suas mensagens de júbilo ou manifestações de solidariedade, porque nenhuma das duas é necessária ou faz referência correta ao meu breve texto.

sexta-feira, dezembro 05, 2003

Futuros amantes

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar

E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos


Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização

Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você


Como é que aqueles olhos azuis têm coragem de fazer isso comigo? Como é que aquelas mãos sonoras cometem o disparate de me levar às lágrimas assim, no meio da tarde, como se eu não tivesse uma imagem a zelar? Juro que se não fosse louca por ele eu ficava de mal...

segunda-feira, dezembro 01, 2003

Flahs do Trabalho


ou "Como eu mato tempo quando não tenho mais o que fazer"









Como dá pra ver, minha lixeira é mais arrumada do que a minha mesa. Mas espero poder mudar isso em breve...