Across my Universe

quinta-feira, junho 23, 2005

Memória afetiva é um negócio engraçado. Quando eu era criança, fui a Joinville e tomei um sorvete de doce de leite pela primeira vez na vida. Maravilhoso. Perfeito. Era a melhor coisa que eu tinha comido nos meus 10 aninhos, de longe.

Claro que, se voltasse lá hoje, provavelmente o descreveria no máximo com um pouco empolgado "é, normal". Mas a lembrança que tenho daquele sabor me garante que nada no mundo se iguala àquela delícia gelada.

Nessa mesma viagem eu dei uma esticada até São Paulo. E aí a memória afetiva não contribui muito: clima frio, prédios que machucavam o céu, e um aparente desconhecimento sobre a geografia da própria cidade formavam pra mim um quadro completamente surreal.

Mais de 15 anos depois, chegara a hora de conferir a falibilidade do que eu tinha aprendido sobre selva de pedra.

Só que para minha grande surpresa, dessa vez eu estava certa! Sim, senhores: o gigantismo de Sampa provocou em seus habitantes uma ignorância de movimentação que só um potente personal-GPS subcutâneo seria (será?) capaz de resolver.

A partir e hoje, então, preparem-se para as fantásticas histórias que vivencio nas ruas daqui. E como sempre, nada será inventado - já que a realidade dá de 1000 em qualquer fantasia que minha mente seja capaz de criar...

terça-feira, junho 07, 2005

Pior fui eu, que vim parar em São Paulo.

Não sei se a essa altura ainda é novidade para alguém, mas me mudei de mala e cuia para uma cidade que é literalmente grande. Esqueçam Itu, aqui é o lugar dos exageros, dos superlativos: das distâncias às horas de trabalho, é tudo inflacionado.

E, claro, tem o trânsito. São Paulo não pode parar porque se parar chega atrasada - e é por isso que minha rotina começa antes das 6, para dar chance ao azar acontecer e não me pegar pelo pé.

Mas não são só espinhos: vim fazer um curso que, ao que parece, será maravilhoso. Estou conhecendo a famosa gastronomia paulistana, uma verdadeira delícia. Aconcheguei-me na casa de parentes, e não há pouso melhor, principalmente em termos de infra-estrutura.

A única dor é a de deixar para trás minha família, meus amigos, minha casa. Mas tudo bem, 6 meses passam voando - ainda que não tão rápido quanto nosso coração pede.

Enquanto isso, prometo postar um pouco da minha aventura paulistana sempre que possível. Acompanhem, manifestem-se, mostrem que pelo menos via internet essa coisa de distância é bicho que não existe...