UPDATE: consertou, mas acho que foi só porque coloquei mais um post, logo em seguida... :P
sábado, junho 28, 2003
Eu realmente adoraria saber o porquê do final do post aí de baixo ter aparecido com fonte gigantesca... :P
UPDATE: consertou, mas acho que foi só porque coloquei mais um post, logo em seguida... :P
UPDATE: consertou, mas acho que foi só porque coloquei mais um post, logo em seguida... :P
Eu não tinha intenção de escrever aqui, pelo menos no finde....
Nenhum problema. Nada. Só falta de vontade, sabe? Os temas pululando, e eu totalmente indiferente, blasé mesmo. Bleh.
Continuo sem saco, mas não consegui controlar o comichão de tagarelar um pouco sobre um cala-boca - muito eficiente, aliás - que ganhei do meu pai (por ele não me levar pra festa junina do clube, como tinha prometido*). O presentim em questão foi o acústico MTV do Kid Abelha**, no qual já estava de olho a uns tempos - mais ou menos desde que foi lançado. Estou ouvindo enquanto traço essas retilíneas linhas, curtindo um som que me traz lembranças da infância, da adolescência, de tantas experiências pelas quais passei. E que me faz ter vontade de viver muito, muito mais coisas.
Eu sei, o texto está confuso, mas quem disse que o pensamento é sempre lógico?
_______________________
*Nota da autora do post: antes que alguém me acuse de mimada, ele fez mais que prometer: me obrigou a desmarcar compromissos só pra sair com ele. E me apronta uma dessas....
**Nota da autora do post: Eu sou tão velha, mas tão velha, que, na minha época, o grupo se chamava Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, a Paula Toller era morena, tinha cabelo joãozinho e namorava o Herbert Vianna. E provavelmente aparecia junto com os Titãs - ainda na formação original - no Globo de Ouro, programa da Vênus Platinada que animava os sábados à noite...
Nenhum problema. Nada. Só falta de vontade, sabe? Os temas pululando, e eu totalmente indiferente, blasé mesmo. Bleh.
Continuo sem saco, mas não consegui controlar o comichão de tagarelar um pouco sobre um cala-boca - muito eficiente, aliás - que ganhei do meu pai (por ele não me levar pra festa junina do clube, como tinha prometido*). O presentim em questão foi o acústico MTV do Kid Abelha**, no qual já estava de olho a uns tempos - mais ou menos desde que foi lançado. Estou ouvindo enquanto traço essas retilíneas linhas, curtindo um som que me traz lembranças da infância, da adolescência, de tantas experiências pelas quais passei. E que me faz ter vontade de viver muito, muito mais coisas.
Eu sei, o texto está confuso, mas quem disse que o pensamento é sempre lógico?
Nada sei, dessa vida.... vivo sem saber....
_______________________
*Nota da autora do post: antes que alguém me acuse de mimada, ele fez mais que prometer: me obrigou a desmarcar compromissos só pra sair com ele. E me apronta uma dessas....
**Nota da autora do post: Eu sou tão velha, mas tão velha, que, na minha época, o grupo se chamava Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, a Paula Toller era morena, tinha cabelo joãozinho e namorava o Herbert Vianna. E provavelmente aparecia junto com os Titãs - ainda na formação original - no Globo de Ouro, programa da Vênus Platinada que animava os sábados à noite...
terça-feira, junho 24, 2003
Gostaria de pedir desculpas a quem acessa isso aqui em busca de atualizações mais constantes. Eu venho negligenciando o blog por uma série de eventos que independem da minha vontade - nem todos bons, nem todos maus. O fato é que enquanto não tiver um lay-out legal e uma agenda mais folgada só devo entrar aqui desse jeito: com posts curtinhos - mas sempre saborosos...
Ps: temos novos links na coluna esquerda: Entertainment Weekly e Rolling Stones, duas revistas de entretenimento em que me amarro deveras. Visitem, pois vale a pena!
Ps: temos novos links na coluna esquerda: Entertainment Weekly e Rolling Stones, duas revistas de entretenimento em que me amarro deveras. Visitem, pois vale a pena!
sexta-feira, junho 20, 2003
domingo, junho 15, 2003
Para encerrar a semana dos enamorados, nada melhor do que um trecho da maior história de amor que jamais houve. Uma história intensa, passional, trágica. E não é assim que a gente se sente toda vez que o coração se encanta? Então, bebam dessa deliciosa fonte, já que "never was a story of more woe / Than this of Juliet and her Romeo"...
"Give me my Romeo; and, when he shall die,
Take him and cut him out in little stars,
And he will make the face of heaven so fine
That all the world will be in love with night
And pay no worship to the garish sun."
Ato III - Cena II
"Give me my Romeo; and, when he shall die,
Take him and cut him out in little stars,
And he will make the face of heaven so fine
That all the world will be in love with night
And pay no worship to the garish sun."
sábado, junho 14, 2003
Hoje o texto é triste, triste, triste - apesar de seu autor ter sido, sempre, dono de uma pena bem-humorada. Mas é também um texto belo, belo, belo. Conheci através de uma amiga, e fiquei encantada mesmo sem conhecer todo o poema - e o que posto aqui hoje é apenas esse extrato primeiro. Uma ode à tristeza, com uma tradução inspirada.
(...) A gente sempre destrói tudo aquilo que mais ama
em campo aberto ou numa emboscada
alguns com a leveza do carinho
outros com a dureza da palavra
Os covardes destróem com um beijo
Os valentes, destróem com a espada...
Balada do cárcere de Reading
(...) A gente sempre destrói tudo aquilo que mais ama
em campo aberto ou numa emboscada
alguns com a leveza do carinho
outros com a dureza da palavra
Os covardes destróem com um beijo
Os valentes, destróem com a espada...
Oscar Wilde
sexta-feira, junho 13, 2003
Poderia dizer que essa é minha música preferida. Poderia dizer que ela tem algumas das mais belas frases sobre o amor ditas em língua portuguesa, ou mesmo em qualquer língua, e está fácil, fácil entre as Top 5. Poderia dizer até que Chico Buarque rivaliza com Vinícius de Moraes como O homem da minha vida. Mas não vou. Porque não há necessidade: basta que vocês se façam um favor e procurem essa melodia, para acompanhar com a letra - e aí irão entender o que quero dizer...
Ah, se já perdemos a noção da hora
se juntos já jogamos tudo fora
me conta agora como hei de partir...
Ah....
Se ao te conhecer, dei pra sonhar
fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que ainda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas,
já confundimos tanto as nossas pernas
diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
se, na bagunça do teu coração,
meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido,
meu paletó enlaça o teu vestido
e o meu sapato ainda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
teus seios 'inda estão nas minhas mãos
me explica com que cara eu vou sair
Não...
acho que estás te fazendo de tonta
te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir....
Ah....
Eu te amo
Ah, se já perdemos a noção da hora
se juntos já jogamos tudo fora
me conta agora como hei de partir...
Ah....
Se ao te conhecer, dei pra sonhar
fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que ainda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas,
já confundimos tanto as nossas pernas
diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
se, na bagunça do teu coração,
meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido,
meu paletó enlaça o teu vestido
e o meu sapato ainda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
teus seios 'inda estão nas minhas mãos
me explica com que cara eu vou sair
Não...
acho que estás te fazendo de tonta
te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir....
Ah....
Chico Buarque
quinta-feira, junho 12, 2003
Mais uma do Vinícius, grande mestre da alma feminina, dessa vez em parceria com Carlinhos Lyra. No Dia dos Namorados, na data para a qual toda essa homenagem é rendida, não poderia usar outro texto senão o dessa linda melodia. Que fica aqui como um metabolizador para a memória alheia de quem tem um bem para si - e como uma gentil proposta para todos aqueles que ainda vagam pelo mundo à procura do seu par...
Se você quer ser minha namorada
ah! que linda namorada
você poderia ser...
Se quiser ser somente minha,
exatamente essa coisinha,
essa coisa toda minha
que ninguém mais pode ser...
Você tem que me fazer um juramento
de só ter um pensamento:
ser só minha até morrer
E também de não perder esse jeitinho
de falar de vagarinho
essas estórias de você...
E de repente me fazer muito carinho,
e chorar bem de mansinho,
sem ninguém saber porque...
Mas,
se mais que minha namorada,
você quer ser minha amada,
minha amada mais amada, pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
sem a qual a vida é nada,
sem a qual se quer morrer...
Você tem que vir comigo em meu caminho
e, talvez, o meu caminho seja triste
pra você...
E seu olhos têm que ser só dos
meus olhos
E seus braços, o meu ninho, no silêncio
de depois
E você tem que ser a estrela derradeira,
minha amiga e companheira
no infinito de nós dois...
Minha namorada
Se você quer ser minha namorada
ah! que linda namorada
você poderia ser...
Se quiser ser somente minha,
exatamente essa coisinha,
essa coisa toda minha
que ninguém mais pode ser...
Você tem que me fazer um juramento
de só ter um pensamento:
ser só minha até morrer
E também de não perder esse jeitinho
de falar de vagarinho
essas estórias de você...
E de repente me fazer muito carinho,
e chorar bem de mansinho,
sem ninguém saber porque...
Mas,
se mais que minha namorada,
você quer ser minha amada,
minha amada mais amada, pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
sem a qual a vida é nada,
sem a qual se quer morrer...
Você tem que vir comigo em meu caminho
e, talvez, o meu caminho seja triste
pra você...
E seu olhos têm que ser só dos
meus olhos
E seus braços, o meu ninho, no silêncio
de depois
E você tem que ser a estrela derradeira,
minha amiga e companheira
no infinito de nós dois...
Vinícius de Moraes & Carlinhos Lyra
FELIZ DIA DOS NAMORADOS!
quarta-feira, junho 11, 2003
Camões definiu o amor, e o poema de hoje o traduz. É um dos meus favoritos, e me é tão maravilhoso que sei de cor. Atenção para o último verso, o de maior impacto - na minha humilde opinião...
Amo-te tanto, meu amor... não cante
o humano coração com mais verdade
Amo-te como amigo e como amante
numa sempre diversa realidade
Amo-te a fim de um calmo amor prestante
e te amo além, presente na saudade
Amo-te enfim com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante
Amo-te como um bicho, simplesmente
de um amor sem mistério e sem virtude
com um desejo maciço e permanente
E de te amar assim, muito e amiúde
é que um dia em teu corpo, de repente,
hei de morrer de amar mais do que pude...
Soneto do Amor Total
Amo-te tanto, meu amor... não cante
o humano coração com mais verdade
Amo-te como amigo e como amante
numa sempre diversa realidade
Amo-te a fim de um calmo amor prestante
e te amo além, presente na saudade
Amo-te enfim com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante
Amo-te como um bicho, simplesmente
de um amor sem mistério e sem virtude
com um desejo maciço e permanente
E de te amar assim, muito e amiúde
é que um dia em teu corpo, de repente,
hei de morrer de amar mais do que pude...
Vinícius de Moraes
terça-feira, junho 10, 2003
Hoje é dia de versos muito antigos - e muito célebres. O seu grande mérito, na minha humilde opinião, é conseguir fazer o impensável: traduzir o amor em sensações palpáveis, com algumas das mais belas - e simples - metáforas da língua portuguesa.
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo amor?
ps: quem só chegou agora e não está entendendo nada, é só dar uma descida aí na barra lateral para ler a explicação...
Soneto 8
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo amor?
Luís Vaz de Camões
ps: quem só chegou agora e não está entendendo nada, é só dar uma descida aí na barra lateral para ler a explicação...
segunda-feira, junho 09, 2003
O primeiro da série é longo, mas vale muito a pena. Um dos textos mais doces que já tive o prazer de ler, e que me deixa com um sorriso nos lábios cada vez que dou uma nova passada d'olhos. Enjoy!
Quem não tem namorado é alguém que tirou férias de si mesmo.
Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro.
Necessita de adivinhação, de pele, de saliva, de lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.
Paquera, gabiriu, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo, é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção.
A proteção não precisa ser parruda, decidida, ou bandoleira; basta um olhar de compreensão ou mesmo aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, e dois amantes, mesmo assim não pode ter namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade.
Namorar é fazer pactos de amor com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro. Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não chateia com o fato de o seu bem ser paquerado.
Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilo e medo, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar.
Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança.
De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela.
Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada.
Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galantearia.
Se você não tem namorado porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida passar e de repente parecer que tudo faz sentido.
Enlou-cresça.
O Ter ou não ter namorado...
Quem não tem namorado é alguém que tirou férias de si mesmo.
Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro.
Necessita de adivinhação, de pele, de saliva, de lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia.
Paquera, gabiriu, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo, é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio e quase desmaia pedindo proteção.
A proteção não precisa ser parruda, decidida, ou bandoleira; basta um olhar de compreensão ou mesmo aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, e dois amantes, mesmo assim não pode ter namorado.
Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche de padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar sorvete ou lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade.
Namorar é fazer pactos de amor com a felicidade ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de durar.
Não tem namorado quem não sabe o valor de mãos dadas; de carinho escondido na hora em que passa o filme; de flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque lida bem devagar; de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada; de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo alado, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor, nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele, abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança própria e a do amado e sai com ela para parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro. Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não chateia com o fato de o seu bem ser paquerado.
Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar.
Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar; quem namora sem brincar; quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado quem confunde solidão com ficar sozinho e em paz.
Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando duzentos quilos de grilo e medo, ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar.
Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança.
De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela.
Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada.
Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galantearia.
Se você não tem namorado porque ainda não enlouqueceu aquele pouquinho necessário a fazer a vida passar e de repente parecer que tudo faz sentido.
Enlou-cresça.
Carlos Drummond de Andrade
Eu queria ter postado esse aviso ontem, mas o Blogspot estava fora do ar...
Como todos vocês sabem, o Dia dos Namorados está aí, batendo à porta. Ao invés de reclamar que eu não tenho namorado ou dizer que "o amor é produto do capitalismo", como certas pessoas, prefiro fazer bom uso desse espaço. Pra isso, estarei postando textos conhecidos (ou nem tanto) de autores famosos sobre esse sentimento tão avassalador, e que traz tantas alegria quanto tristezas...
Nesse balaio estarão poemas, músicas, prosa e, definitivamente, muito sentimento. Espero que vocês gostem.
Ps: só pra não ficar de fora da discussão, aqui vai uma foto de meu felino. Ele é lindo, tem a expressividade do Marlon Brando em Um bonde chamado desejo e se o Capitão Cinza sequer pensar em chutá-lo vai parar no hospital com fraturas generalizadas em diversas partes de sua anatomia.
Como todos vocês sabem, o Dia dos Namorados está aí, batendo à porta. Ao invés de reclamar que eu não tenho namorado ou dizer que "o amor é produto do capitalismo", como certas pessoas, prefiro fazer bom uso desse espaço. Pra isso, estarei postando textos conhecidos (ou nem tanto) de autores famosos sobre esse sentimento tão avassalador, e que traz tantas alegria quanto tristezas...
Nesse balaio estarão poemas, músicas, prosa e, definitivamente, muito sentimento. Espero que vocês gostem.
Ps: só pra não ficar de fora da discussão, aqui vai uma foto de meu felino. Ele é lindo, tem a expressividade do Marlon Brando em Um bonde chamado desejo e se o Capitão Cinza sequer pensar em chutá-lo vai parar no hospital com fraturas generalizadas em diversas partes de sua anatomia.
Sua Majestade, Yasha
sexta-feira, junho 06, 2003
terça-feira, junho 03, 2003
A quem interessar possa, estou bem melhor.
Em grande parte devido aos cuidados do reiki (escrevi certo?) aplicado pelo meu amigo Dudu. Que não tem blog, então não adianta procurar link.
Em outra boa parte pelos comentários carinhosos de vocês, me incentivando ou consolando ou aconselhando. Obrigada.
E, em outra boa parte, pelo meu esforço em levantar a cabeça e largar a tristeza sozinha num canto. Que ela, afinal de contas, não merece a minha atenção prolongada...
Mas é isso. Só pra avisar que estou de volta, a quem interessar possa.
Em grande parte devido aos cuidados do reiki (escrevi certo?) aplicado pelo meu amigo Dudu. Que não tem blog, então não adianta procurar link.
Em outra boa parte pelos comentários carinhosos de vocês, me incentivando ou consolando ou aconselhando. Obrigada.
E, em outra boa parte, pelo meu esforço em levantar a cabeça e largar a tristeza sozinha num canto. Que ela, afinal de contas, não merece a minha atenção prolongada...
Mas é isso. Só pra avisar que estou de volta, a quem interessar possa.