Balanço de Carnaval
SEXTA-FEIRA
Começou cedo. Manicure, trabalho, acidente... opa! Acidente? Pois é, rolei escada abaixo, aqui no trabalho. Combinação de fatores: engenheiros canhestros, salto alto agulha, não podia dar muito certo mesmo. Machuquei feio, mas - Joselita que sou - isso não me impediu de sambar feito uma louca no Baile do Havaí. Samba, suor, cerveja e um gringo que me convidou para assistir o Fla x Flu com ele. Essas coisas só acontecem comigo.
Também só acontece comigo de ganhar fama sem deitar na cama. Trabalhadora, educada e temente a Deus - e ninguém vê. Mas quando eu chego às 6 da matina, suada e melada, borrada e descabelada, vestido colado e sandália prateada... ah, aí o prédio inteiro me encontra. Inclusive a velhinha que, eu achava, estava indo comprar pão. Minha mãe garante que ela estava era indo à Igreja. Acho que vou me mudar.
SEGUNDA
Umas cervas, alguma vaidade. Muita risada, um papo gostoso. Êta dia bom.
Êta desfile lindo o da Unidos da Tijuca. Artur Xexéu tem razão: Paulo Barros deu um show e merece a comparação com o Joãosinho Trinta de outrora, aquele de "Ratos e Urubus", aquele que me fez amar o carnaval, que me bestificou diante da televisão, que me domesticou para sempre com a beleza da sua arte. E eu tinha só 8 anos.
TERÇA
Procurando Nemo é, sem sombra de dúvida, um grande filme. Belo, emocionante, tem personagens carismáticos e - algo muito em falta nas produções solo da Disney - um texto espertíssimo. God save Pixar.
God save a Império, que fez o que eu achava que não iria acontecer neste ano: deixar a Marquês de Sapucaí tremendo, em uníssono, agitando braços e corações fervorosamente aos acordes de um grande samba. Ainda que não ganhe, é, com efeito, a grande campeã do carnaval 2004 por ter conseguido aquilo de que nenhuma outra foi capaz.
QUARTA
O que que eu estou fazendo no trabalho hoje, Pai Eterno???
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Em 2005 eu desfilo. Skindô, skindô.