Across my Universe

quarta-feira, maio 26, 2004

Minha primeira paixão, que eu me lembre, foi o Cazuza.

(A segunda foi o George Michael. Tá, eu não sei escolher homem, mas isso é um detalhe que não vem ao caso)

Cazuza, lindo. Cazuza, poeta. Cazuza, melodia pura.

E aí, hoje, eu revi Cazuza na telinha - milagre? Não, talento. Daniel de Oliveira me levou às lágrimas pelo esforço de perder 20 kilos (desafio para alguém já magro), pela disciplina que o manteve preso a um personagem tão intenso durante dois anos, pela paixão com que encarnou uma lenda do Rock BR. Mas, principalmente, por me mostrar do que um ator é capaz. Numa era em que o ofício dramatúrgico é tão desprezado por modelos-manequins monocórdios superficiais, é um presente ver um trabalho como esse, ainda que em flashs da televisão.

Mal posso esperar pela estréia.

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Antes tarde do que nunca: para retaliar as cenas ultrajantes retratadas em fotos tiradas pelos próprios militares nas prisões do Iraque, o governo norte-americano resolveu proibir... as fotos. Claro, porque "eles comem a feijoada mas a culpa é da azeitona". Em suma, essa atitude é basicamente chamar o mundo todo - eu, você, e principalmente os iraquianos - de burros.

segunda-feira, maio 24, 2004

Não, vocês não estão no blog errado. Como dá pra ver na imagem aí em cima, esse continua sendo o Across que todos (todos?) amamos.

Tive um pequeno problema com a figura antiga, e nenhum ânimo (ou tempo) para resolver - até que, milagre! decidi que precisava tomar vergonha na cara.

Agora, mais Lolita do que nunca, com essa bela imagem da ninfeta que enlouqueceu Humbert Humbert, retomo as atividades do blog com o ambiente renovado (ainda que só um pouquinho).

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Peraí: o Bush engasga com biscoito e se machuca; cai da bicicleta e se estopora; e o nosso presidente é que bebe? Hic, hic!

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Thanx, Guil. Você é meu herói! :*

terça-feira, maio 18, 2004



Reflexos da mentira


ou: como me transformei em uma psicopata maníaco-depressiva



Despertador, suspiro, leite, pasta de dentes, saia, blusa, chave, porta de casa. E aí, quando eu entro no elevador, dou de cara com a vizinha, que pergunta:

- Oi, tudo bom?

Não, tudo péssimo. Eu fui descartada como um chinelo velho, tratada como se tivesse saído de uma lata de lixo. Agora, estou me sentindo a última das mulheres, querendo que o mundo exploda em mil pedacinhos só pra ver se meu sofrimento acaba. Se bem que, com o azar que anda me acompanhando, é bem capaz de existir um after-life só para que a angústia continue consumindo minha alma por toda a eternidade.

Mas eu só respondo:
- Tudo ótimo

E aí, quando eu saio do elevador, dou de cara com o porteiro, que pergunta:

- Bom dia, tudo bem?

Pois é, você perdeu a explicação anterior. Na verdade, minha vida está um caos, e minha danação infinita está apenas começando. A descrença num possível fiapo de felicidade é cada vez mais forte, o que está transformando meu coração em pedra. Mas tudo bem, nada como um coração de pedra para acompanhar um corpo vazio de espírito. Além disso, pedras não sentem dor, ou seja: considerando que meu nível de confiança no ser humano e seus discursos é nulo, isso quer dizer que não vou sofrer mais.

Mas eu só respondo:
- Não podia estar melhor.

E aí, quando eu pego o ônibus, dou de cara com a trocadora, que diz:

- Boa tarde.

É, talvez para você. Não me leve a mal, fico feliz pela sua pessoa, mas já desisti de ver o sol brilhando pra mim, sabe como é? Aquela sensação de que você nasceu para levar na cabeça. Eu sei, estou sendo fatalista, mas o ser humano é aquilo que ele observa ser. E eu observei que só caio do cavalo. Pelo menos reconheço uma coisa boa: a maturidade realista que acompanha as conclusões absolutas já me invadiu e hoje faz parte do meu ser. E isso é o máximo de otimismo que eu me permito.

Mas eu só respondo:
- Boa tarde.

E aí, quando eu chego no trabalho, dou de cara com um alguém qualquer, que diz:

- Oi!!! E aí, beleza?

- Não, tá tudo uma grande porcaria! Ando doida pra dar um chute na cara do primeiro que aparecer. Algum problema?

[mode cochichar on]- Nossa, essa menina anda estressada...[mode cochichar off]

...

Welcome the new me: Lois Lane, a Tenebrosa. E ai do sonhador que estiver no meu caminho.

quinta-feira, maio 13, 2004

Porque eu sou uma menina com uma flor e desafino (lindo?) e gosto de brigadeiro, tenho um ursinho chamado Nounouse.

E porque eu tenho um ursinho chamado Nounouse, preciso deitar agarrada com ele e chorar feito uma boba, fazendo um bico deste tamanho - porque estou me sentindo perdida e sozinha no mundo.

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A quem não viu sentido no texto, sugiro que procure nos livros de Vinícius de Moraes pelo texto "Para uma menina com uma flor". E, se ainda assim as coisas parecerem difusas, peço desculpas e explico que era só alguma coisa que eu precisava tirar do meu sistema.

terça-feira, maio 04, 2004

Eu sei, eu sei... ando relapsa com isso aqui. Mas não reclamem comigo, reclamem com sinhozinho - ele é o vilão da história, lembram?

Pois é. Mas tem coisas que nem o trabalho escravo me impede de notar e comentar - em especial aqueles eventos bastante bizarros do dia-a-dia, como a prisão do Pitta hoje. Afinal, só no Mundo Bizarro um cara que fez o que fez com a maior cidade do país, que esteve envolvido em alguns dos maiores escândalos de administração pública dos últimos anos, que foi denunciado inclusive pela ex-mulher... vai preso por desacato! Me lembra um diálogo do Poderosa Afrodite em que Linda comenta de um parente que era alcóolatra, assassino, estuprador - mas foi preso por violação de correspondência. Ou seja, no Brasil e na ficção essas coisas acontecem. Agora me digam se eu tinha ou não que comentar isso? ;)

Ps: Antes que eu me esqueça, a piadinha do dia 28 se deve ao fato de que eu faço aniversário junto com ele. É sério. O que só comprova minha teoria de que eu sou um ser bizarro...