Across my Universe

segunda-feira, setembro 27, 2004

Porque eu tenho amigos muito inteligentes e loquazes, e eles fazem parte da elite intelectual da cidade - ainda que a cidade não tenha se dado conta disso - e estão espalhando idéias geniais pela grande rede, e porque um deles faz aniversário hoje aí vai minha homenagem:



Olha que chique!



Meu grande amigo Marcos Lessa, autor do Lessog, agora é colunista (reparem bem, colunista!) do site Opinião Pública. E ainda é chamado com destaque na home da página. Parabéns pela conquista, meu caro - e espero que a oportunidade se reflita em muito sucesso, porque você merece. Ah, e feliz aniversário, muitos doces pra sua pessoa! =)

quinta-feira, setembro 16, 2004

"A boca é o aparelho excretor do cérebro"
Millôr Fernandes

Daí que outro dia eu precisava chegar cedo no trabalho e decidi tomar banho na academia para economizar tempo. Há que se explicar que tomar banho em clubes e que tais não faz muito a minha linha, por dois motivos: primeiro, sou pudica demais para ficar trocando de roupa assim na frente de todo mundo. Segundo, banho pra mim é um ritual que exige uma quantidade enorme de ítens - e carregar uma tralha assim me desestimula.

Mas o que eu ia comentar era do papo no vestiário. Uma conversa animadíssima sobre a (então) paralisação dos bancários:

- A greve é de todo mundo ou só do Banco do Brasil?
- Não sei, eu não vi o Jornal Nacional ontem.

Vejam vocês, ela desconhece toda uma variedade de fontes para informação diária: jornal, pra ela, só com o William Bonner.

- E por que é que eles estão fazendo greve, hein?
- Ah, acho que é por causa das taxas de juros.... essa coisa de bancário, banqueiro...

Perceberam??? Na opinião da fofa, a indexação dos pobres escravos das instituições financeiras é a SELIC! Ela acredita que bancários e banqueiros são exatamente a mesma coisa, que têm os mesmos interesses e são filiados ao mesmo sindicato. Fiquei me perguntando que espécie de mundo bizarro funciona dentro da cabecinha dela, com o Olavo Monteiro de Carvalho fazendo piquete pelaí.

E, claro, decidi que, definitivamente, eu preciso tomar mais banhos na academia...

terça-feira, setembro 07, 2004

Já cheguei a conclusão irreversível de que tem coisas que só acontecem comigo.

Na sexta-feira à noite, por exemplo, fui atacada pelo meu periquito.

E o que mais me incomoda é que eu fui atacada mesmo agindo com a melhor das intenções. O bichinho estava sem comida, ao que penso: "Pobrezinho. Um passarinho solitário, cuja companheira morreu há tanto tempo, e ainda por cima com fome. Isso não é certo". E me engajei na missão de repor a ração.

Infelizmente, eu sou uma pessoa preguiçosa. Então, ao invés de tirar a gaiola do lugar, apoiá-la na máquina de lavar, alimentar o periquito e pendurar a casinha novamente, eu simplesmente subi numa cadeira e meti a mão para tirar o comedouro.

Aparentemente, essa operação tantas vezes repetidas ao longo da vida do periquito, desta feita teve uma reação inesperada. E ele se debateu desesperado - o que, somado ao fato de que a parte de baixo da gaiola estava solta, teve um resultado... bem, desastroso.

Acompanhem agora a seqüência de imagens cinematográficas: a parte de baixo da gaiola cai. O periquito cai. Eu seguro o fundo da gaiola, mas o periquito voa para longe - ou melhor, pro chão. Grande barulho. Nessa hora, entro em desespero - além do passarinho, que a esta altura estava caminhando nervoso de um lado para outro, tenho um gato e um cachorro que são invariavelmente atraídos por qualquer confusão. "Meu Deus", pensei, "vai ser uma carnificina animal".

Gritei para minha mãe fechar a porta, evitando assim uma edição doméstica daquilo que a gente vê nos dosumentários do Discovery Channel. Ao mesmo tempo, tentei segurar o periquito para colocá-lo de volta na gaiola - e foi aí que tudo aconteceu.

Fatigado, estressado, amedrontado, ele resolveu descontar em meu dedão toda angústia de seu ser. Ou seja, me mordeu até sangrar. Não pude deixar de lembrar da vez em que fui atacada pelo meu hamster.

Não riam, isso aconteceu mesmo.

Quando finalmente consegui restabalecer a ordem e salvar o bicudo - ainda que ele não merecesse - e olhei em volta, tive a visão desoladora que sucede os grandes desastres: penas, muitas penas. Casca de sementes. Tudo isso misturado em pipi de gato e cachorro. E eu tive que limpar.

Pois é. Numa sexta-feira à noite. Programão.

O pior é que sei que se eu tentasse vender essa história para algum humorístico iam me falar que é inverossímil demais...