Conversas de ônibus, fonte de eterno aprendizado.
Meu caminho de volta pra casa é cumprido utilizando 3 linhas, pelo menos. Sim, eu passo mais tempo no trânsito do que no curso, mas essa é apenas uma das alegrias de morar em São Paulo.
Mas como eu dizia, são 3 coletivos diferentes, e hoje tive o prazer de ouvir uma conversa incrivelmente instrutiva no que faz o menor trajeto - colilóquio travado entre o motorista e algum passageiro lá na frente.
- É, rapaz. Porque se vender a Floresta Amazônica, aí não sobra nada para o Brasil...
- É, mas o Lula não vende não.
(CORTA PARA OS PENSAMENTOS DE MRS. LANE: "Vender? VENDER? Como assim, Bial?")
- Não! Se fosse o Fernando Henrique, mas o Lula não vende não.
- Você viu que ele não vai nem entrar na Alca?
(CORTA PARA OS PENSAMENTOS DE MRS. LANE: fico chocada por eles acharem que é o Lula pessoalmente que vai entrar na Alca ou por eles estarem discutindo Alca?)
- É, eu vi. Mas não vai porque senão ele vai ter que vender todos os bens do Brasil pra entrar...
E aí chegou meu ponto. Minha aula-relâmpago de defesa do território nacional e política externa chegou ao fim no terminal de Vila Mariana - e finalmente eu descobri que existe alguém que está pior do que a minha tia. Sim, porque quando começou a onda de denúncias sobre o atual governo, ela pôs o dinheiro na cueca do Dirceu. Afinal, isso de ser assessor do irmão do outro Zé é muita informação pra absorver.
Um viva a sabedoria popular.